Álbum "Maís Doce que o Mel"


"Maís Doce que o Mel" é o álbum de estreia da banda brasileira de rock Rebanhão, lançado em 1981. Se destacou não apenas por sua música, mas também pela controvérsia gerada, tanto pelas letras quanto pela capa. Considerado um marco por ter sido um dos primeiros discos de rock a alcançar notoriedade na cena religiosa nacional, vendeu mais de 150 mil cópias e foi relançado em CD em 1995.

Após um período de formação, os membros da banda compuseram músicas que abordavam questões sociais e religiosas, com a maioria sendo escrita pelos vocalistas Janires e Carlinhos Felix. O álbum é reconhecido como um reflexo, dentro do contexto do protestantismo, dos desafios sociais e econômicos enfrentados pela sociedade da época. Essas temáticas foram ainda mais exploradas em seu disco subsequente, "Luz do Mundo".


A sonoridade de "Maís Doce que o Mel" é caracterizada pelo art rock, com influências do rock progressivo e do movimento tropicalista. Destacam-se as faixas "Baião" e "Casinha", posteriormente regravadas no álbum ao vivo "Janires e Amigos". Por quase uma década, a música "Refúgio", do tecladista Pedro Braconnot, fez parte do repertório de apresentações da banda.

A capa original do álbum, que retrata os membros do Rebanhão, especialmente Janires com a camisa aberta, foi censurada, levando a uma nova versão com parte da fotografia coberta. Essa mudança também foi mantida na versão digital em CD.

O álbum gerou controvérsia na época, com líderes religiosos acusando a banda de produzir músicas satânicas e com mensagens subliminares. Apesar de boicotes em alguns shows, o alvoroço em torno de sua música despertou o interesse da juventude cristã, impulsionando a popularidade do Rebanhão, surpreendendo tanto a banda quanto sua gravadora independente.

Com o tempo, a obra foi aceita e reconhecida como um dos clássicos da música cristã brasileira, influenciando a abordagem de produção e composição musical do movimento gospel posteriormente. Foi listado como o segundo melhor álbum da música cristã brasileira em 2015 e o melhor álbum da década de 1980 em 2019 pelo portal Super Gospel.

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